domingo, 27 de dezembro de 2009

Assim, de repente...

Foi assim de repente
Notícia boa, que arrebatou a gente
Vida nova para nossos corações
Alegrias, encantos, emoções

E o tempo se encarrega pacientemente
Da barriga e dos enjoos intermitentes
Do nosso casulo, inúmeras elucubrações
Menino ou menina, cara do pai ou cara da mãe

E o tempo se encarrega pacientemente
Desenvolvendo braços, pernas, coração e mente
Lá vem nosso filhotinho, nossa semente
E a lei da vida presenteia a gente

Assim, de repente...

domingo, 6 de dezembro de 2009

Fim do sofrimento

Eis que o Brasileirão chega ao seu final. Graças a Deus. Por tudo o que aconteceu nas últimas rodadas é com certo embrulho no estômago que escrevo este post.

Erros de arbitragem aos montes, times grandes fazendo corpo mole e entregando jogos, tapetão dando show nos atos finais - pra variar - e um Palmeiras medroso, apático em muitos jogos ditos "fáceis", com receio de ser feliz. Tenho minhas dúvidas se não disparou para não deixar de movimentar os milhões de reais em bilheteria destes últimos jogos - para os outros clubes - vale registrar. Porque se assim o fosse, esfriaria o sistema de pontos corridos, que, cá pra nós, está na hora de descansar um pouco.

Parabéns ao Flamengo pela ousadia de um time mediano, com técnico mediano e garra de campeão. Acho importante ressaltar que as duas últimas rodadas tiraram um pouco o brilho da conquista. Deveriam ter - e tem time pra isso - derrubado Corinthians e Grêmio na bola. Não foi isso que aconteceu. Uma pena. E paulistas e gaúchos mancham suas trajetórias a troco de nada. Profissionalismo zero. Desrespeito às torcidas.

Do Palmeiras tenho pouco a dizer. Já disse em postagens anteriores e alertei para essa cautela excessiva. Desnecessária. Na última rodada Muricy parece ter acordado e até conseguiu um bom primeiro tempo contra o Botafogo, porém a falta de pontaria não colocou o Palmeiras em vantagem já na primeira etapa.

Mas aí veio o velho estilo Muricy. O medo de vencer. A cautela de substituir D. Sacconi por Sandro Silva. E o Botafogo abre o placar. Hora de reagir. Robert em campo. Mais Botafogo. 2 a 0. Certamente Muricy deve ter recebido a notícia de que o Santos empatara o jogo contra o Cruzeiro. Porque mesmo perdendo de 2 a 0 o time não atacava com sede. Libertadores? Pra quê, né? Campeonato insignificante...sequer tiveram a força de empatar com o moribundo Botafogo. Porque o empate lhe bastaria. Resumindo: FORA, Muricy.

Bem fez o blogueiro e também palestrino Conrado Cacacce, do Parmerista. Puxou o freio da paixão pelo Palmeiras. Passou a ser mais racional e dedicar-se mais a família. Seguirei seus passos. Porque o futebol apodrece a cada dia. Quando milhões entram em campo, a beleza do espetáculo perde lugar para interesses de alguns poucos, que ainda riem da nossa cara.

A paixão pelo futebol nunca morrerá, mas, além da família como fez Cacacce, vou direcionar minha atenção às corridas de rua, ao futebol com os amigos, ao kart e principalmente às histórias e estórias da várzea, porque lá a verdadeira essência do esporte bretão nunca perderá o brilho.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Kart e carne crua na Paulicéia

De vez em quando tomo a liberdade de indicar algum bar ou restaurante aqui neste blog. O post de hoje, no entanto, tem a intenção de alertá-lo, caro leitor. Memorize aí: Atlântica Grill.

O primeiro sábado de novembro foi de encontro entre amigos para uma corrida de kart. Eu, debutante no esporte, até que não fiz feio. Como nunca tinha pilotado o brinquedo e sequer tive alguma dica dos mais experientes, fui me ambientando aos poucos e percebendo o mecanismo da brincadeira.

Preleção para as instruções gerais de bandeiras multicoloridas, fomos pra pista. Com o nº 18, parti e comecei a acelerar. Exatos dez minutos depois, pararam o "treino" para a formação do grid de largada. Até aí tudo dentro do script. Auto-intitulada "A maior pista de kart indoor do mundo" o Kart In Jaguaré parecia o templo da organização mas ficou devendo um item de necessidade primária.

Paulo, da nossa equipe, se envolveu num acidente relativamente grave e sobrou escoriações profundas em seu joelho direito. Após oito voltas, avistei a sua saída, mancando, entre carros apressados. Prova abandonada e lá foi ele procurar atendimento médico. Não tinha. Ambulância? Nem pensar. Sequer havia um ambulatório ou materiais para primeiros socorros. Ganhou uma sacola de gelo e ficou assistindo ao resto da corrida. Puto, evidentemente. Esbravejou ao término da prova e a direção justificou ser um esporte de risco e jogou a responsabilidade pra cima dele. Pra esfriar mais um pouco, não cobrou a taxa dele.

Voltando à corrida, Humberto e Carlos, com currículos recheados de provas, fizeram as melhores voltas e largaram na frente. Com alguns esbarrões nos concorrentes e duas derrapadas de 180 graus, larguei em 15º ao lado de Gil na 16ª posição. Marcelo, outro da turma, veio logo atrás.

Na pole, o malandro Humberto, que não teve a camaradagem de avisar a trupe, do tipo: "tentem fazer um volta boa pra largarem bem". Fez sozinho, largou na ponta e não deu brecha pro insistente Carlos "Homer Simpson" - ele é a cara do pai do Bart - que o perseguiu o tempo inteiro. Liderou a corrida, impôs duas voltas neste que vos escreve e ganhou o 1º Desafio de Kart Paulo Renato. Uma singela homenagem ao piloto acidentado.

Fim de corrida, volta pra casa e hora de comer algo. Paulo e Humberto tomaram outro rumo. Eu, Gil, Marcelo, Homer e Fábio "Zé Roberto" - este era sósia do ex-santista - Atlântica Grill, vamos nessa. Rodízio popular, casa cheia, primeira vez de todo mundo, fomos apreciar as carnes nobres. Um buffet de saladas interessante. E começaram a trazer as carnes. Mal passadas. Não...preciso enfatizar um pouco: MUITO mal passadas. E nada de chegar algo assado na mesa.

Eis que de repente, acaba a energia. Desespero total. Velas improvisadas, daqueles toquinhos que a gente guarda em casa pra uma emergência dessas. E os garçons continuaram a servir. Celulares viraram faroletes para identificar o "ponto" das iguarias. Tentamos. Cerca de 20 min. depois volta a energia. Nessas tentativas, uma garfada era suficiente pra descobrir um boi quase vivo em nossos pratos. Luzes acesas e lá estava a prova do crime.

Picanhas absolutamente cruas, costela suína pálida. Rimos muito com a situação, fotografamos, pagamos a conta e saímos pra nunca mais. Até o garçon debochou: "ainda querem pagar?".
Anote bem o nome: Atlântica Grill. No começo da Robert Kennedy, sentido bairro.
Avistou esse nome, faça como o Humberto no kart, acelere muito!!!


quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Covardia não ganha campeonato

Mais um empate no Palestra. Dessa vez, com o já rebaixado Sport. Depois de tomar dois gols em menos de 20 minutos de jogo, Muricy esperou o intervalo para mexer no "forte esquema de marcação" que ele tanto cultua. Até quando, Muricy? Quanto tempo vai demorar para ele perceber que se o Palmeiras sair atrás dentro do Palestra, dificilmente consegue virar o jogo?

Nossa tradição é vencedora. O elenco não é dos melhores, mas temos um time bom e em condições de levar esse Brasileiro. Mas jogando assim, covardemente, deixaremos escapar esse título. Engraçado é que parece que ninguém deu esse toque ao sargentão. E cadê o Jorginho, que seria seu auxiliar técnico? Ninguém ouve mais falar dele. Será que alguém é capaz de avisar o Muricy dos fantasmas que habitam o Parque Antártica? Ou avisaram e ele escolheu se defender dentro de seus domínios para desafiar o fantasma.

Mando de jogo foi feito pra atropelar adversários. Seja quem for. Estive no jogo contra o Avaí, muito parecido com o desta noite. Saímos atrás. Tomamos dois gols em curto espaço de tempo. Pra daí ele mexer no time, tirar aquela retranca ridícula e conseguir empatar, curiosamente, como na noite de hoje.

Se entrasse com esse time, desde o primeiro tempo, com atitude e a garra que jogaram a segunda etapa, certamente teríamos vencido com facilidade. Porque o Sport está morto. Agora, se deixar os caras gostarem do jogo, fica difícil. Foi assim contra Avaí e Flamengo.

Podemos até levar esse campeonato, mas pro ano que vem, ou Muricy muda esse hábito covarde de jogar com esse festival de zagueiros e volantes ou será mais um ano de agonia. De empates "heróicos" dentro de casa.


É preciso atitude e coragem, Sr. Muricy. Porque time, comparando aos que disputam o título, você tem. Quando foi contratado, pedi que tivesse cuidado com essa camisa. Ainda dá tempo.

*foto extraída do blog do Lucena - flucena.files.wordpress.com/2009/07/muricy3.jpg

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Solidariedade não "cai" a mão

Há tempos venho observando o comportamento dos usuários do transporte ferroviário em São Paulo. Refiro-me especificamente à zona sul, entre as estações Interlagos e Berrini, cujo trajeto percorro diariamente a bordo do "concorde apressado".


Merece elogios a pontualidade do serviço, pois, todos os dias religiosamente às 7h16 adentro à composição e sigo tranquilamente para o meu trabalho. Tranquilamente em termos. A mochila pesa e ninguém (ou quase ninguém) se manifesta ou esboça solidariedade. E pra piorar, ao longo do trajeto o número de pessoas se amontoando contraria a lei da física.


Hora do rush: aperto e sacrifício para embarcar



Não importa a idade ou o tamanho da bagagem, a maioria dos passageiros que se encontram sentados, sequer levantam a cabeça para ver quem está viajando em pé. Seja atrás das cortinas de um livro ou mergulhados no som de seus ipods e celulares, os poucos privilegiados que conseguem um lugar pra sentar e sonhar não estão nem aí para o próximo. Talvez a correria de quem estuda e chega em casa tarde justifique a sonolência da maioria, porém é imperdoável a vista grossa. Gente que apenas espia o esforço do vizinho e dá de ombros.


Quando criança, nas primeiras viagens de ônibus com a minha mãe, certo dia ela me ensinou: "Quando estiver sentado, sempre que alguém se aproximar com bolsas, mochilas ou carregando alguma coisa, peça para levar." Aprendi isso e sempre que posso, ajo dessa maneira. Nos trens da Paulicéia, justiça seja feita, vez ou outra vejo algumas pessoas prestando essa gentileza. Comigo, nos últimos 60 dias, posso dizer que fui agraciado pelo menos quatro vezes. Um número muito pequeno, se fizermos uma média pelos dias úteis.


Para encerrar o assunto, faço aqui um apelo: ao utilizar transporte coletivo, peça bolsas, mochilas, materiais e qualquer bagagem de mão que traga desconforto a quem viaja em pé. Não custa nada e amanhã você pode precisar dessa "mãozinha".


*Foto extraída do blog Metrô Fight

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

"Vai com os anjos, vai em paz"

Você se foi. E um enorme vazio invadiu nossos corações. Um grande nó na garganta e a esperança de que tudo isso não passasse de um sonho ruim. Infelizmente não era e sua alegria de viver já não sorri mais entre nós.


Ficam as lembranças das "Sergices", do faro apurado pela música, da inteligência, da paciência e companheirismo de um verdadeiro AMIGO. Vou tentar traduzir em música, que você tanto gostava, porque palavras me faltam.


Love in the afternoon - Legião Urbana
http://www.youtube.com/watch?v=tYRuaDmeLwE

Light my fire - The Doors

http://www.youtube.com/watch?v=6O6x_m4zvFs

Apenas um alento: o céu certamente está em festa. Porque acabou de desembarcar por lá um Sérgio que fará muita falta no plano terreno. Fica a lembrança de um menino que amava a vida, cheio de sonhos e que como um pássaro em busca de liberdade, "bateu asas" muito jovem.


Descanse em paz, amigo. Fique com Deus e saibas que a tua alegria continuará viva dentro nós.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Ok Sarney, você venceu, escolha a pizza!!!


Há dias estou ensaiando pra escrever sobre a bandalheira do Senado. O rapaz do bigode tem dominado a cena e como um Deus, ninguém consegue atingi-lo. Ele pinta e borda, todos sabemos – e descobrimos o quanto, nos últimos dias – há muito tempo. Mas de nada adianta parar a Paulista. Ele continua lá, tão intocável, que nem o presidente-camarada ousa dizer um “a” sobre ele.

Já não é de hoje que brochei com política. Desde 1990, quando bati o martelo que seria jornalista, então prestes a completar 15 anos, a coisa foi declinando. Primeiro um lampejo de esperança. Collor veio com tudo e prometeu caçar os marajás que deixavam comida apodrecer mas não levavam à mesa dos necessitados. Mesmo lendo o Manifesto Comunista de Marx e flertando com a bandeira vermelha, pensei: esse é o cara!!! Eu e alguns milhões de brasileiros embarcamos no embuste do espertinho. Mas eis que o tempo encarregou-se de desmascará-lo e nova esperança renascia. Vibrei com os votos pró-impeachment no Congresso. Elle caiu. Acreditei mais uma vez que o país tinha jeito.

As convicções esquerdistas ganhavam sentindo com o passar dos anos. Vieram novas eleições e a revolução que tanto sonhava ganhou corpo quando LULA tomou o poder. Eufórico, fui para a Paulista e esperei pelas primeiras palavras do metalúrgico-presidente. E ele me fez voltar pra casa mais eufórico ainda. Sim, Brasil, você ainda tem jeito. Lembro-me de cruzar com o jornalista Chico Pinheiro, tão feliz quanto eu e milhares de pessoas que terminaram aquele memorável domingo acenando bandeiras vermelhas.

Mas veio o escândalo mensalão. “Ah, mas o congresso sempre funcionou assim”, muitos diziam. Desencanei mais um pouco. Foquei nos amigos, na família, na música, no futebol. Não vou mais esquentar com isso, prometi. É inegável que Lula melhorou esse país. Mas se corrompeu pra isso e prova irrefutável se descortina agora, ao final de seus oito anos de mandato. Muitos discursos, acertos e alianças internacionais. Até herói de Barack Obama ele virou. Mas foi fraco – aliás, está sendo – e um tanto desleal com seu povo. Quem o elegeu e o reelegeu não esperava atitudes tão covardes em defesa de um corrupto inescrupuloso.

É de embrulhar o estômago ver Collor discursar e vociferar contra Pedro Simon em defesa de Sarney. Aliás, ver Collor lá de novo é aplacar um nariz de palhaço – com todo respeito à digna classe dos narizes de plástico – e rir da própria sorte.
Por mais que sejamos maioria, não adianta gritar contra Sarney, afinal, “a vaga no Senado é da família, né vô?”, atos secretos não existem e ele não tem culpa de nada.
Sinal de que não temos pra onde correr. Estamos enjaulados com leões famintos, bigodudos e cheios de razão. Não adianta chorar. Nem na Paulista.

Foto extraída do blog do Tas - marcelotas.blog.uol.com.br Montagem de Rafael Rosa - São Luís - MA

domingo, 9 de agosto de 2009

Herói estradeiro

Na descrição deste blog disse que escreveria, dentre outros assuntos, poesia. Não sou lá um Drummond e nem tenho hábito de exercitar esta verve, mas nunca é tarde para arriscar alguns versos. Este primeiro escrito aqui, será em homenagem aos pais de todo o planeta, e especialmente ao meu: Leônidas Barbosa da Silva, ou Léo, não só para os íntimos, mas para todo mundo.


Léo: sempre bem humorado e pronto pra luta


Herói estradeiro

Na distante Seabra nasceu um menino ligeiro
Seu sonho, desde moleque, era ganhar dinheiro
Leônidas, quis o destino, não nasceu boleiro
A vida lhe permitiu de ofício, ser caminhoneiro

Jovem, cheio de planos, veio pra terra da garoa
Conheceu a Joana, casou-se e ficou numa boa
E logo a família cresceu: o primeiro da fila fui eu
Sempre na boléia, dos quatro filhos ele nunca esqueceu


Quando voltava era sempre uma festa
O barulho do freio, abraço apertado, beijo na testa
Corríamos para o portão, gritando pelo Léo
Sempre que ele chegava nos sentíamos no céu


Um viajante sem rumo pelo Brasil inteiro
Conhece do Oiapoque ao Chuí
Percorre estradas, sol, chuva e atoleiro
Sempre bem humorado, lutando sem desistir
Como todo brasileiro que não deixa de sorrir

terça-feira, 21 de julho de 2009

Belluzzo, não se mexe em time que está ganhando!

Quero muito estar enganado e comemorar o título no fim do ano mas sinceramente, não gostei da contratação. Muricy cozinhou, fez graça e esnobou o Palmeiras. Duvido que se nesses quatro jogos o Palmeiras não tivesse alcançado os 13 pontos que conquistou, ele topasse a empreitada, com o clube em crise, a torcida revoltada e o time na rabeira da tabela. Duvido.


Jorginho, por sua vez, foi comendo pelas beiradas e o time respondeu bem com ele. O ataque passou a marcar a saída de bola e o time todo hoje, corre mais do que nos tempos de Luxemburgo. Se o próprio Jorginho se diz inexperiente para alcançar o título e continuar sozinho no comando do Palmeiras, o Sr. Belluzzo deveria, no mínimo, dizer a ele: "Força, você vai conseguir sim. Experiência você atinge no decorrer do campeonato!!!". Tinha obrigação de efetivá-lo no cargo.

Jorginho caiu nas graças do elenco. Merecia a efetivação.


Agora me preocupa a impressão do grupo com a chegada do "Garoto Enxaqueca". Se eles não gostarem da ideia, Muricy pode ter vida curta. Vai depender da resposta em campo. É claro que os jogadores sempre buscam a vitória e com o time na liderança, vão fazer de tudo para permanecerem no topo, mas temo os caprichos do rabugento Muricy. Técnico consagrado adora aparecer e ele não é diferente de Luxemburgo, Leão e outros mais. Por vaidade, pode afastar um jogador ou deixar outro no banco só para mostrar que manda.


Outra questão. Porque Muricy fez toda essa firula e não fechou antes? Saiu com o papo de que técnico deveria respeitar o outro e não ir logo assumindo o cargo no dia seguinte. Novamente pergunto: e se o time tivesse despencado na tabela? Futebol é dinâmico, Sr. Muricy. Saiu hoje, amanhã tem que ter outro. Em qualquer profissão é assim. Ou as empresas, em nome da ética, respeitam a demissão deste ou daquele e demoram dois meses para substituir um funcionário? Isso não existe.


Por que Jorginho está dando certo? Boleiro gosta de ser cobrado, não mandado. E Muricy é mandão demais. Jorginho leva a galera na flauta. Cobra, mas sabe como fazê-lo. Respeita os jogadores. Será que Muricy vai ser tão camarada quanto Jorginho? Sinceramente estou com os dois pés atrás com a decisão da diretoria. Estragou minha noite. Estou com a sensação de que perdemos a invencibilidade de 11 jogos, por 4 a 0, pro maior rival. Engasgado.


De positivo nessa história destaco a permanência de Jorginho como auxiliar técnico. Embora Muricy traga seu fiel escudeiro Tata na bagagem, o site oficial do Palmeiras dá como certa a continuidade de Jorginho como auxiliar.


De toda maneira, boa sorte Palmeiras! Veja lá o que vai fazer com essa camisa, Sr. Muricy!!!
*Foto extraída do site: http://www.canalpalmeiras.com.br/

domingo, 19 de julho de 2009

Na contramão da Rota

Há tempos não assistia a um filme. O último deles, se a memória não me confunde, foi Sete Vidas, com Will Smith, no cinema.


Neste domingo, no horário "nobre" pós-futebol, resolvi encarar o ROTA Comando, de Elias Júnior. A ideia era contar a história da tropa de elite paulistana, porém, talvez a fonte - o livro Matar ou Morrer, de Conte Lopes - tenha contribuído para o festival de patacoadas.




Muitos "rotarianos" eram contra o filme e temiam manchar a imagem da ROTA

Os criadores de Tropa de Elite, - se já viram o filme - provavelmente tenham gargalhado com as cenas e atores despreparados e certamente perceberam traços da produção carioca neste longa. Da narração aos tapas e uma tonelada de palavrões, a diferença ficou por conta do enredo e da carência de boas interpretações.

Não dá para culpar os "atores" de ROTA Comando porque eles não os são. Diálogos engessados, textos ruins e aparições do próprio Conte Lopes como Capitão deixam a impressão de que a trama poderia ter sido melhor engendrada não fosse a maneira um tanto caricata de pintar vilões e mocinhos na história.

Para piorar as coisas o filme dá um "tiro no pé" da própria ROTA, revelando total despreparo da polícia paulistana ao negociar com um bandido armado. Ele diz que vai se entregar e pede garantias. São quatro ou cinco "rotarianos" mortos ao botar a cara para o bandido e acreditar que ele vai se entregar. Numa delas, Vadão, foragido das favelas cariocas e estabelecido em São Paulo, põe o filho à frente com uma arma na mão e diz que é a dele e que ele vai se entregar. Quando o PM se aproxima ele dispara contra o policial e volta pro barraco novamente, comemorando. Eis que entra em cena Conte Lopes - o protagonista - e com um tiro certeiro acaba com a farra de Vadão.

Ao contrário da trama carioca, que contou com um protagonista de peso e alguns atores profissionais, nenhum ator de renome participou do filme. Vale ressaltar que Tropa de Elite custou 10,5 milhões de reais e ROTA Comando teve orçamento de 500 mil reais, segundo o site G1.

Nos extras, comentários do diretor Elias Júnior, de Conte Lopes e de Paulo Ricardo, que compôs ao lado de Andreas Kisser - ex-Sepultura - a trilha do filme e mais "tiro no pé". No depoimento de Lopes descobre-se que Elias Júnior e sua assessora o procurou no fim de 2007 com a ideia de fazer um documentário ou filme sobre a Rota e então, Lopes ofereceu seu livro como fonte. Esta informação contradiz o próprio diretor, que defende ter concebido o filme antes de Tropa de Elite, na mesma reportagem destacada no parágrafo anterior, porém, este foi lançado em 14 de outubro de 2007.

Se ficou curioso, boa sorte.

*Foto extraída so site Wikipédia - upload.wikimedia.org/

quinta-feira, 25 de junho de 2009

"Hermano" racista?

Quem joga bola ou acompanha futebol sabe muito bem que a catimba e a provocação fazem parte da peleja, no entanto, mais uma vez um filme deplorável parece ter se repetido. Da mesma escola de "atores" argentinos, Máxi Lopes mostrou em Belo Horizonte, na última quarta-feira, no jogo entre Cruzeiro e Grêmio pela Libertadores, que aprendeu direitinho com o compatriota Desábato.


Para quem não se lembra, Desábato, então jogando pelo argentino Quilmes, ofendeu Grafite, do São Paulo, num jogo da mesma Libertadores, em 2005. Este, chamou Grafite de "negro de merda"! Aquele, do Grêmio, segundo o lateral cruzeirense Elicarlos, o xingou de "macaco". Racismo barato e injustificável. E não me venha com a história do "sangue quente da partida", da "pressão" pela importância do jogo, que não cola.


O argentino se defende e diz que não xingou Elicarlos. O vice-presidente do Grêmio, André Krieger, também faz coro com Lopes e diz: "Foi uma acusação mentirosa, inventada pelo jogador do Cruzeiro e levada adiante pelos cartolas". E completou: "É coisa dos Perrelas da vida", referindo-se à família que comanda o Cruzeiro, segundo matéria publicada no site Terra.

Em princípio, prefiro acreditar no brasileiro, visto que há antecedentes "argentinos" neste ato torpe e desumano. Racismo não se perdoa e lembro-me (o UOL me ajudou a lembrar também) que Desábato passou 36 horas preso em São Paulo e ainda teve que desembolsar uns "pesos" pra voltar pra casa.


Máxi Lopes defende-se: "Foi um discussão normal de jogo"*


E Máxi Lopes? Prestou rápido depoimento e saiu de fininho. Voltou a Porto Alegre junto com a delegação gremista. Coisa de país sério. Dois pesos e duas medidas. Merecia ter passado pelo mesmo constrangimento de Desábato para, ao menos, sentir na pele o preço da infeliz provocação.

*Foto extraída do site do jornal Zero Hora - Tatiana Lopes

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Paz nos estádios

Quando decidi que queria ser jornalista, pelos idos de 1990, era muito ligado em política, conflito Israel/Palestina, Guerra do Golfo e outros acontecimentos daquele período. Pensava em ser correspondente internacional, cobrir guerras e explosões de homens-bomba mundo afora.

Mas numa bela manhã de domingo chega em minha casa o primo Cláudio, corintiano, em dia de clássico. Vamos ao Morumbi??? Abri um sorriso e topei no ato. Seria minha primeira de muitas visitas aos palcos do futebol paulista e consequentemente, como o passar do tempo, uma revisão nos planos profissionais.

Num curto espaço de tempo já conhecia o Palestra Itália, Pacaembu, Canindé e até o Bruno José Daniel, em Santo André. Neste dia, inclusive, em protesto contra o técnico Nelsinho Batista - medíocre até hoje - fui parar nas páginas do Diário Popular, hoje Diário de S. Paulo, numa foto da arquibancada em que, ao lado da massa palestrina, segurava a faixa de "elogios" ao treinador para forçá-lo a bater retirada. Todas as visitas extremamente calculadas em momentos dividos entre torcedor e futuro jornalista.

Estreei em 91, época em que as organizadas mediam força "no braço" e passaram a explodir bombas, usarem armas de fogo, etc. Enfim, de lá pra cá muitas tragédias aconteceram. Tinha 16 anos e sempre ia "à paisana", só pra acompanhar os fatos, porém, algumas vezes tive que me defender. Corri de organizada, me abaixei pra não levar pedrada em ônibus, enfim, já apanhei nessas investidas jornalísticas, mas também dei alguns sopapos como torcedor. Lei da vida, infelizmente. Mas a vontade de ver de perto tudo aquilo me fascinava. Torcia pela chegada do próximo clássico. Não perdia um. Sempre ia descaracterizado, mas não perdia a oportunidade de encontrar outros torcedores pelo caminho e lotar o ônibus, fazendo um tremendo escarcéu.

Nessas observações, notei que vez ou outra aparecia um vascaíno, um botafoguense. Isso é pra ilustrar que esse negócio de coligações entre torcidas sempre existiu. Palmeirenses com vascaínos e botafoguenses, corintianos e são-paulinos - recentemente - com flamenguistas e por aí vai. Em 2007, na última rodada do Brasileirão, no jogo entre Palmeiras e Atlético-MG, os atleticanos circulavam tranquilamente em meio aos palmeirenses na Rua Turiassu. Antes e depois do jogo, cujo placar dentro das quatro linhas (3 a 1 pros mineiros) tirou o Palmeiras da Libertadores e credenciou o rival Cruzeiro para o torneio sul-americano. Há um clima de hospitalidade entre elas, mas também um clima hostil por parte das adversárias.

Infelizmente esse "pseudo-ódio" entre torcedores vitimou mais um fã do esporte. Na última quarta-feira, torcedores de Corinthians e Vasco se enfrentaram na marginal após a partida que classificou o clube paulista à final da Copa do Brasil e (mais) um torcedor morreu. Certamente a motivação dos corintianos para essa tocaia foi saber que palmeirenses estariam no bolo. Esquecem que são seres humanos com a sorte de torcerem para clubes opostos. Selvageria desnecessária. Por qual motivo??? Estariam os corintianos revoltados com a classificação? Por que não foram comemorar no boteco mais próximo? Violência gratuita.


Estão propondo o jogo de uma só torcida. O futebol perderá com isso. A alegria de pedir silêncio do outro lado da arquibancada vai pelo ralo. Perde-se a emoção do gol. De ouvir das arquibacandas os gritos de incentivo, as vaias, tudo isso faz parte do espetáculo e precisa ser preservado.

O apelo é o de sempre: BASTA DE VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS!!!



*Foto extraída do: blogextracampo.files.wordpress.com em "Casa do Torcedor e Terreiro do Galo lançam a Campanha 'Paz nos Estádios – Blogueiros unidos em busca de Justiça' "

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Quantos amigos você já perdeu?

Até quando iremos tomar conhecimento, digerir as notícias e cruzarmos os braços a espera do próximo crime? E nos lamentarmos novamente. De quem é a culpa? Do governo? Da polícia? Como solucionar este problema crônico que atinge não só as grandes cidades, mas um país inteiro.


Ontem, a caminho do trabalho, ouvi na CBN que no nordeste, os pistoleiros agem cada vez mais confiantes da impunidade a ponto de divulgarem uma tabela de preços. Quer a cabeça de um padre? Cinquenta mil reais. De um sindicalista? Dez mil. Calma aí. Você deve estar se perguntando como a polícia não elimina esse tipo de gente e certamente já pensou num plano capaz de enjaular um a um, não é verdade? E por que isso não acontece?


Tenho a impressão de que o Brasil perdeu a noção do certo e do errado. Aqui anda valendo tudo e a certeza da impunidade encoraja o sequestrador, o estuprador, o bandido. Ele vê tudo na TV e fatalmente quer fazer igual. Vê que o banqueiro desviou dinheiro e está passeando de carrão sem ser incomodado. Vê que os políticos constroem mansões, riem da cara do povo e ainda dizem que estão se lixando por eles.


Esses "maus exemplos" se multiplicam todos os dias e desconfio de que muita gente, decente até então, esteja buscando seu espaço no crime. Simplesmente porque perdeu as esperanças de vencer pelo suor. Triste e lamentável, mas é a pura realidade.


Entra governo, sai governo e o ciclo se retroalimenta. Não há planejamento para coibir o avanço da violência. Acho que está mais do que na hora de pensarmos e discutirmos a pena de morte no Brasil. Porque se continuar do jeito que está, a tendência é perder mais vidas inocentes e assistir ao triunfo do vilão. De braços cruzados.

*Foto extraída do blog Imprensa Livre

quarta-feira, 29 de abril de 2009

"Alegria alegria no coração"

Desde a emoção vivida na final da Libertadores de 99 não sentia algo parecido com o que explodiu dentro do meu peito nessa noite.

Jogo difícil, time desorganizado, o "xerife" Marcão expulso e eis que aos 42 minutos do segundo tempo a estrela de Cleiton Xavier brilhou mais forte no estádio Monumental, em Santiago, no Chile. Um drible fora da área, um chute forte, colocado, e... GOOOOOOOOOOOL. Uma pintura de gol desse moleque aí.


Cleiton Xavier: gol de placa e alívio no Chile


Um gol que me fez gritar e acordar até os vizinhos. A minha esposa, que já dormia há cerca de meia hora, acordou com os gritos e despertou de vez com o pulo que dei sobre ela, comemorando o gol que classificou o Palmeiras às oitavas de final da Copa Libertadores da América.

Só agora, uma hora após o término do jogo é que consegui baixar minha adrenalina. Depois da partida, não conseguia parar de vibrar e pular pela casa. Incrível!!! Pensei que já tivesse entrado na fase "torcedor amadurecido", daqueles comedidos, que vibram discretamente quando o time do coração vence um jogo ou fazem pouco caso de uma desclassificação seja lá em qual campeonato for.

Ledo engano. Uma explosão de alegria tomou conta deste mortal e me senti o mesmo moleque de 11, 12 anos que começou a torcer pro Palmeiras de verdade, pelos idos de 86, justamente na final trágica contra a Inter de Limeira em época de jejum de títulos.

Um moleque que ao longo dos anos e a evolução da paixão pelo Palestra tornou-se até chato - alguns diziam - de tanto falar no Palmeiras. Respirava esse time. O tempo todo. A ponto de levar rojões pra sala de aula e explodir no intervalo quando o time ia às redes e o Silvério berrava nos meus ouvidos os gols de Evair, Edmundo e cia naquele brilhante time de 93.

Mas hoje vim falar do Cleiton Xavier. E agradecê-lo pelo gol, pela classificação, pela alegria à imensa nação palestrina e pelo novo gás em escrever aqui depois de um mês longe do blog.

Força, Palmeiras!!! Porque como cantamos nas arquibancadas: "Copa Libertadores é obsessão/Tem que jogar com a alma e o coração!!!"


Foto extraído do site Terra: Agência AP

sexta-feira, 27 de março de 2009

Faltam só 94 anos e 131 dias

Na canção "Indignação" dos mineiros do Skank, há um verso que diz: "A nossa indignação é uma mosca sem asas/Não ultrapassa a janela de nossas casas". Assim, perplexo, porém nem tão surpreso assim, me deparei com a notícia do habeas corpus concedido à prisioneira mais chique da Paulicéia. Chique e vigarista.

Será que deu tempo de pegar "a bóia no xadrez"?

Dona de um patrimônio incalculável às custas de sonegação fiscal, formação de quadrilha, contrabando e falsificação de documentos, a distinta senhora Eliana "sangue azul" Tranchesi, dona da suntuosa Daslu, já passeia livremente pelas avenidas de São Paulo num luxuoso importado, certamente. Isto porque, pasmem, estava condenada a simplórios 94 anos e meio de prisão, que sua advogada, brilhantemente, tentou - e conseguiu - sensibilizar com um: "ai, ela não vai aguentar...ela tem câncer..."

E a gente aqui, vendo tudo isso, pegando ônibus lotado, acordando cedo todos os dias e enfrentando nosso avião do trabalhador...correndo na subida como costumo dizer. E a nossa indignação vai passar com o próximo escândalo, claro. Porque uma "mosca sem asas" não voa. Jamais vai zunir em alguma ouvidoria e se conseguir, será esquecida na pausa para o cafezinho.

E a gente aqui, levando a vida como um monte de imbecis a honrar a nossa pátria, a buscar nosso lugar ao sol honestamente. Eu comentei com um amigo, ao saber da prisão, com certo desdém, admito: vamos ver quantos dias... Batata. Aí está a moça, saltitante nos seus chanéis, cheia de brilhantes e com a conta bancária transbordando.

Enquanto deixo de dormir pra escrever este texto ela deve ter aberto mais uma Chandon com sua quadrilha. E já deve ter começado a traçar novos planos para novas transações internacionais. Ilegais, evidentemente. Imposto? Ah, deixa que o Zé da Padaria paga certinho.

Tudo assim, muito simples, pronta para enfrentar a alfândega, Polícia Federal e quem quiser peitar. Quem sou eu mesmo? Quanto eu tenho? Ah...então você trate de assinar esse habeas corpus imediatamente, seu juizinho de m...!!!

Até quando, hein Pizzaria Brasil?

Indigna nação.

foto extraída do site Terra: J.F. Diório / Agência Estado

quarta-feira, 11 de março de 2009

Marionete fenomenal


Fiz questão de reproduzi-lo na íntegra, sem link, para não correr o risco de você, caro leitor, desistir de conferir um texto sensato e coerente sobre o "fenômeno" de marketing que a mídia usa e abusa sabendo que vai jogar fora daqui a pouco. Talvez por inocência, o ex-jogador Ronaldo se deixa levar pelo clima de "oba oba". Pra inglês e corintiano ver. Porque quem está de fora e com os pés no chão sabe bem que essa euforia tem prazo de validade.


Extraí este texto do periódico gratuito, Destak, e além de parabenizar o escritor Marcelo Mirisola pelo "tiro na mosca", tomo a liberdade de publicá-lo em meu blog.



Fenômeno é o escambau


Queria falar de um Ronaldinho acima do peso, e mais humano


Marcelo Mirisola


Para que time eu torço? Vou repetir pela centésima vez a mesma ladainha. Torço para o futebol acabar. E já que minha torcida não vai surtir efeito algum, gostaria de me corrigir com relação a Ronaldinho. Não o jogador de futebol, mas o cara que ultimamente passou a levantar a cabeça, dar petelecos nos companheiros do banco de reservas e a fazer piadas nas entrevistas. Queria falar de um Ronaldinho acima do peso, e mais humano.


Uma das coisas que mais me incomodavam no antigo "fenômeno" era o fato de ele falar aos muxoxos, olhando para baixo em vez de encarar frente a frente as câmeras e a babação de ovos dos repórteres fofoqueiros. Desde 94 quando - ainda na reserva - ganhou a Copa mais feia da história, passando pela construção do mito e pelas cirurgias até o episódio dos travecos, sempre foi assim. Eu pensava comigo mesmo: como é que um cara que olha para baixo, resmunga lugares-comuns, batiza o filho com o nome de Ronald e casa num Castelo com uma Cicarelli da vida pode prestar para alguma coisa? Não me diz nada.


Esse papo de garra, vontade e determinação pode servir ao ufanismo do Galvão Bueno, a mim não me diz absolutamente nada. O esporte em geral não tem argumentos que me convençam. Já achava uma insensatez a corrida de São Silvestre noturna. Debaixo do sol, então, é burrice mesmo. Qualquer fusca modelo 81 faz o mesmo percurso com muito mais rapidez, conforto e civilidade - se o trânsito ajudar. Por isso que repudiava o futebol que Ronaldinho jogava, por mais espetacular e fenomenal que fosse. Esse futebol seguia a mesma lógica do Big Brother, a mesma receita da revista Caras: ou seja, transformava gente medíocre em celebridade. E o pior: celebridades que influenciam milhares de pessoas. Quantas pessoas frequentam a igreja da Bispa $onia por causa do Kaká? Meus parâmetros sempre foram os "bandidos do futebol". Aqueles que meu amigo Bortolotto queria ver na seleção: Chulapa, Casão, Sócrates, Paulo César Caju, Romário. Mas eu falava do Ronaldinho. Ele voltou não porque foi disciplinado e seguiu a receitinha do Galvão Bueno, ele não voltou da sessão de fisioterapia, nem de uma igreja obscura, Ronaldinho está em grande forma, quebrando alambrados e fazendo gol no último minuto do segundo tempo, porque voltou da esbórnia. Ele está em grande forma porque está gordo, ele é macho pacas porque encara três travecos de uma só vez, ele tem dois filhos porque não teve nenhum com a Cicarelli, e pra mim - mesmo que a sorte não o favoreça nos últimos minutos do 2º tempo - está bom demais. Só está faltando mandar o Galvão Bueno pro inferno. Se isso acontecer, da próxima vez em que me perguntarem pra que time eu torço, eu vou dizer que troquei o Palmeiras pelo Corinthians.

segunda-feira, 2 de março de 2009

A praga do "eletrizante"

Como um vendaval de gafanhotos no milharal, há cerca de dois ou três anos, numa transmissão da Band, detectei o primeiro - que eu me lembre - "eletrizante". Nas palavras de Éder Luiz, competentíssimo radialista dando seus primeiros vôos na TV, digamos que surgira o primeiro gafanhoto. Peguei repulsa da palavra já neste dia, de tanto que ele usou. Tenho pavor de certas construções, clichês e outras formas gramaticais que viram moda.

O jogo mal começa e era um dos times apresentar um contra-ataque para que Éder berrasse: EEEEEELETRIZAAAAAANTE!!! Terrível. Numa partida, ele usava cerca de 15 vezes o maldito adjetivo. Acho que alguém tratou de avisá-lo e ultimamente ele tem evitado. Mas como um vírus, na esteira de Éder vieram Luiz Roberto - esse gosta demais da palavra! - e Cléber Machado (Rede Globo), e o comentarista e ex-jogador Neto. Outro dia, não me lembro o jogo, Cléber Machado cometeu a heresia de utilizá-la três vezes dentro de uma só frase. Caio Ribeiro, comentarista badalado na emissora - visto a quantidade de jogos que habilmente tem comentado - , apenas concordou.

Mas não é só no rádio ou TV que isso acontece. Na semana passada, no jogo em que o Palmeiras virou o placar pra cima do São Caetano por 4 a 3, eis que os impressos foram tomados pela praga. Até os gratuitos parecem ter descoberto o fenômeno. Destak e Metro trouxeram a palavra logo nas primeiras linhas. "Num jogo eletrizante o Palmeiras venceu..." dizia um. "A partida entre Palmeiras e São Caetano começou eletrizante..." dizia outro. Pareciam ter sido escritos pelo mesmo repórter. Texto finalizado e vou buscar uma foto pra ilustrar. Digito "eletrizante" e o que encontro?Outro texto sobre o mesmo Palmeiras X Azulão, no site G1, que já começa eletrizante pelo título, passeia pelo intertítulo e segue faceiro, dentro do texto.


Confira no link:


Falta de criatividade? Ou qualquer jogo mais movimentado e com muitos gols só consegue ser definido por nefasto adjetivo?

Acordem, jornalistas!!!

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Boteco sujo? Tô dentro!!!


Certa vez, João Gordo, em um de seus talkshows na MTV conversando sobre feijoada disse: "Naquele bar mais sujo, mais distante, aquela feijoada mais barrenta...essa sim...é a melhor". Apreciador inveterado do prato criado pelos escravos, nunca me esqueci dessa frase. E estou sempre a procura dos "sujinhos" para comprovar a tese.


Neste sábado nublado e chuvoso na Paulicéia não deu outra. Passava das duas da tarde e a fome apertou. Trabalhando, circulando pela cidade, eis que avisto um bar com uma discreta lousa convidando à suculenta feijoada. Resolvi conferir, até porque o estômago pedia algo com urgência e o adiantado dos ponteiros não permitiria muita escolha.


O bar, ao lado do Caravaggio Clube, mais popularmente conhecido como Trash 80's na Álvaro de Carvalho - pertinho da 9 de Julho - tinha dois pavimentos. Perguntei se ainda tinha feijoada e na confirmação, já emendei meu pedido. Lá em cima por favor, solicitei. Com pouco mais de cinco minutos surge um garçom com uma baita bandeja: arroz, couve, um pedaço generoso de toucinho à pururuca, farofa, molho de pimenta e uma enorme cumbuca de feijoada. Ah, já ia me esquecendo. Uma caipirinha espetacular, com sabor muito parecido com a do Léo, que ao fazer a sua mistura tem as manhas de transformar Arara - uma pinga popular do interior de SP - em vodka, segundo ele. "Parece de vodka, meu", emenda o pai deste que vos escreve.


Começo a degustar a iguaria com uma "fome de anteontem" como cantara Chico Buarque. Poucas pessoas no local e duas tevês disputando a atenção da freguesia com a Alpha FM num volume nada ambiente. Relevável, afinal, a feijoada descia a passos largos. Um suco de laranja para acompanhar e rebater o efeito hipnotizante da caipirinha. Tudo muito perfeito para um sábado tipicamente paulistano: garoa fina, céu escuro e um friozinho louco pra se manifestar.


E a tese de João (ex) Gordo foi mais uma vez corroborada pelo discreto - porém limpinho, justiça seja feita - boteco. A "feijuca" estava maravilhosa!!!


sábado, 7 de fevereiro de 2009

Bons ventos no Palestra

Dizem muito por aí que um grande time começa com um grande goleiro. Discordo. Não que nosso goleiro seja desprezível, pelo contrário, é tão bom quanto o novo camisa 9. Aponto o centroavante como peça-chave para o sucesso de qualquer time, porque sem gols não se ganha jogo. E eis que o nosso goleador chegou cheio de gás. Já sabem de quem estou falando? Sim...dele mesmo: KEIRRISON.



Os adversários se corroem de inveja. Na pré-temporada – sem a chegada dele, é bom ressaltar – fomos motivo de chacota. Perdemos dois amistosos contra times pequenos e, para nós torcedores, com a metade do time dispensado, a interrogação era grande.

Realmente o time se desfigurou em relação a temporada passada, mas, numa análise fria e racional com esses primeiros jogos do time, nós palestrinos, já começamos a esfregar as mãos e sentir cheiro de títulos.

Agora, rapidamente, vou falar dos reforços – pausa para comemorar o 3º gol do Palmeiras sobre o Marília na 3ª rodada e adivinhem de quem foi o “pé que balançou a rede”? Lenny!!! - mais um sinal de que bons ventos sopram no jardim suspenso.

Em ordem de importância vamos a eles: K9, ou Keirrison para os mais conservadores, Edmilson, Cleiton Xavier, Armero, Marquinhos e o próprio Lenny, que entrou com o pé direito em 2009 empenhado em reencontrar o bom futebol dos tempos de Fluminense.

Com isso imagine, caro leitor, o Palmeiras na final da Libertadores com esse esquadrão:
Marcos, Wendell, Maurício, Edmílson e Armero; Pierre, Cleiton Xavier, Marquinhos e Diego Souza; Lenny e Keirrison.

Diante deste quadro presumo que em 2009 o planeta será alviverde, certamente!!!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Será que vai chover???

Quem nunca pegou o elevador com alguém rumo ao 21º andar e, embora o acompanhante/interlocutor tenha apertado o 10º, bateu aquele desespero e uma intensa vontade de falar sobre algo? Eis que, muito rapidamente, decidimos falar sobre o tempo, evidentemente. Uma maneira ágil de se arrancar algumas palavras enquanto o elevador sobe.

Mais uma das manias de paulistano. E o assunto é sempre pertinente. Ora, quem não fica de olho no telejornal só pra chegar no outro dia "bem informado" e já cantar aos quatro ventos que vai chover à tarde? Aquele baita sol às nove da manhã e o cara já joga água (literalmente) no chopp dos amantes do astro-rei.

Há quem prefira ignorar os metereologistas de elevador. Alguns fazem tão pouco caso que chega a ruborizar a face do gentil homem do tempo. E não são apenas os homens que se utilizam desse gancho para trocar poucas palavras com o desconhecido. Principalmente quando o sol está a pino. Elas entram esbaforidas e se abanando com qualquer post-it que tiver ao alcance. E aí mandam: "Nossa, mais que calor!!! Vou derreter!!!". E a qualquer solavanco da caixa metálica o calor triplica. Começam a gritar, acham que vão morrer e a curta viagem vira um escarcéu.


Só que o papo entre passageiros de elevador parece estar com os dias contados. Para desespero dos solícitos "Dons Juans", boa parte deles já estão equipados com um monitor LCD, com notícias em tempo real devidamente acompanhadas de incontáveis propagandas. E a nuvem com sol ou com chuva está permanentemente na tela, bem ali, no canto superior direito do monitor. Com as novas tecnologias você percorre os 20 andares em menos de dois minutos, como se estivesse num brinquedo do Playcenter e aí mal dá tempo de acompanhar os últimos fatos.
Enquanto isso, o metereologista de plantão - que já entra no elevador com a notícia na ponta da língua - abre um sorriso pálido e tenta comentar sobre a crise econômica. A campainha soa e uma voz aguda anuncia: 21º andar. Até logo.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Estou de volta...e renovado!!!

Nada como alguns dias "offline" do planeta. Foram poucos (cinco apenas), mas suficientes para renovar os planos antigos, burilar os novos e entrar "de sola" em 2009.

Na distante Ibirá, busquei energias para continuar suando em busca dos sonhos. Uma cidadezinha tranquila, com pouco mais de 15 mil habitantes, porém cheia de encantos, muito sol, água cristalina e belas mulheres. Ops...foi lá que encontrei a minha dignissíma esposa, cujo plano de passar o que me resta de vida nesta terra ao lado dela permanece inabalável.


Pois bem, há quase 400 Km da minha amada Paulicéia, encerrei 2008 feliz!!! Nada de apedrejar o ano que se acaba. Pra mim foi produtivo profissional, afetiva e não tanto financeiramente, mas vá lá, nem tudo é perfeito.


Fato é que, com tantas emoções em 2008, terminar o ano totalmente desplugado de qualquer notícia impressa, televisiva ou radiofônica soa até irônico para alguém que escolheu como ofício, noticiar. Deve ter alguém lendo este texto e me condenando à fogueira por tamanha heresia, mas sinto orgulho em dizer que me desliguei do planeta, literalmente. Não que a cidade seja acesa à base de lampião, muito pelo contrário. Até banda larga chegou por aquelas bandas, e há muito tempo, é bom registrar. Mas a escolha foi minha. Preferi ouvir os pássaros, o vento forte nas folhas das árvores e também o silêncio do entardecer a ligar a TV num telejornal.


Muito bom. Se você, caro leitor, for acostumado e dependente dos últimos acontecimentos, experimente fazer isso por alguns dias. Garanto que o mundo não vai acabar (depois você poderá se atualizar), e o principal, sua mente, corpo e espírito irão agradecê-lo para a eternidade. Não à toa, estou aqui registrando o benefício da experiência.


Feliz 2009 pra você também!!!