quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

Atenção, pedestres: o trânsito da Pauliceia está um perigo!

 

O respeito às leis de trânsito é, antes de tudo, um respeito à vida, já que qualquer descuido na condução de um veículo, e digo de maneira genérica, porque serve para caminhão, ônibus, carro, moto ou bicicleta - para ficarmos nos meios de transportes terrestres - pode representar acidentes fatais ou com sequelas irreversíveis.

Isto posto, quero jogar luz e críticas à condução de motociclistas, que, de uns tempos para cá (sobretudo neste período de pandemia), têm sido muito imprudentes, pra não dizer irresponsáveis, nas ruas de São Paulo. Mesmo em cruzamentos movimentados, tem sempre algum furando o farol vermelho e colocando a segurança dele próprio e de outras pessoas em risco.

Dia desses, ao ir à padaria, por pouco não fui atropelado por um, que veio pela contramão e sequer reduziu para passar. Atravessava pela faixa de pedestres, com um ônibus encabeçando a fila, e, ao ouvir o barulho de moto, reduzi a passada prevendo a infração, tão corriqueira nos últimos tempos, sobretudo nas periferias, independente do horário. Neste dia, não era 9h da manhã. 

À noite e aos finais de semana, o perigo aumenta, já que o volume de entrega de comida envenena ainda mais os aceleradores ansiosos por alcançarem números vultosos para atingirem metas e premiações oferecidas por aplicativos pouco preocupados com a vida e segurança destes entregadores. Pelo contrário, querem agilidade e números.


Imagem desta terça-feira (16), por volta de 06h40, na Av. Atlântica - Foto: Evandro Barbosa
Imagem da penúltima terça-feira (16), por volta de 06h40, na Av. Atlântica: desrespeito
Foto: Evandro Barbosa

     

Durante a semana, o comportamento não muda. Na Av. Atlântica (avenida que margeia a represa de Guarapiranga, na zona sul), por exemplo, onde tenho passado diariamente, os semáforos de pedestres são completamente ignorados por motociclistas e até alguns carros de passeio, de vez em quando, ou seja, precisa atravessar? Cuide-se, porque farol fechado não garante absolutamente nada.

E de quem é a culpa? Agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) são cada vez mais raros na região. Por ter chovido nos últimos dias, o cruzamento da Av. Engenheiro João Goulart x R. Jequirituba ficou com semáforos em alerta por dois dias, e ali, o caos se instala durante todo o dia, praticamente. Aliás, este é um problema de décadas na capital paulista: choveu, semáforos pifam. E aí, o pedestre que se vire para atravessar, porque nem carros, nem motos dão trégua.

E para finalizar, prevejo muito trabalho para recuperar o respeito às leis de trânsito e a consciência da população paulistana que conduz veículos pela cidade. Há que se fazer campanhas de conscientização para termos de volta um respeito básico, que aprendemos nos primeiros anos de escola: pare, atenção, siga! 

Tudo isso no século XXI, em pleno 2021...ou seja, regredimos. 


segunda-feira, 25 de janeiro de 2021

Te amo, SP!

 

Já escrevi em outros aniversários da cidade de São Paulo, faltou inspiração ou oportunidade em outros, e neste sábado, acordei pensando em como traduzir em palavras o quão importante é este lugar na minha vida. Primeiro por ter nascido aqui, segundo por ser este o lugar onde meu coração sorri.


A descoberta efetiva veio em 2004, quando fui morar em São José do Rio Preto. Por 'n' motivos que não vem ao caso neste post, regressei à Pauliceia seis meses depois. Vale lembrar que nestes seis meses, a visitei três ou quatro vezes. A cada curva da rodovia dos Bandeirantes, a busca pela vista dos primeiros prédios era obsessiva. E quando se descortinava, a cidade parecia crescer ainda mais, parecia me abraçar tão logo saía à direita da rodovia, rumo à marginal Pinheiros.


 

Aqui tenho família, amigos, pais, irmãos, tios, primos, e a pilha em que vivemos, muitas vezes, impede que os veja com frequência. Com todas as dificuldades diárias, não consigo me ver em outro lugar. São Paulo é como o  trecho de 'decadence avec elegance' de Lobão: "é melhor viver 10 anos a mil do que mil anos a 10". A luta por um espaço, por reconhecimento profissional,  pelo sucesso na carreira, e sobretudo pela sobrevivência na metrópole, ganha uma espécie de dose diária de adrenalina, que faz a gente enfrentar com mais coragem à medida em que as barreiras crescem em nossa frente.

São Paulo é e se basta, mas está sempre pronta para receber mais um. De qualquer parte do mundo. Do analfabeto ao doutor. Do retirante fugitivo da seca nordestina ao chinês que aposta no sucesso de suas bugigangas. Aqui tem espaço para tudo e para todos, e quem chega com disposição está fadado ao sucesso.

Ah, a falta de segurança, o trânsito, a violência, o transporte público ineficiente...isso tudo a gente dribla com precaução daqui, bom  humor dali e vai vivendo, porque se fosse perfeito, na boa, não teria a menor graça.

Te amo, SP!