domingo, 19 de julho de 2009

Na contramão da Rota

Há tempos não assistia a um filme. O último deles, se a memória não me confunde, foi Sete Vidas, com Will Smith, no cinema.


Neste domingo, no horário "nobre" pós-futebol, resolvi encarar o ROTA Comando, de Elias Júnior. A ideia era contar a história da tropa de elite paulistana, porém, talvez a fonte - o livro Matar ou Morrer, de Conte Lopes - tenha contribuído para o festival de patacoadas.




Muitos "rotarianos" eram contra o filme e temiam manchar a imagem da ROTA

Os criadores de Tropa de Elite, - se já viram o filme - provavelmente tenham gargalhado com as cenas e atores despreparados e certamente perceberam traços da produção carioca neste longa. Da narração aos tapas e uma tonelada de palavrões, a diferença ficou por conta do enredo e da carência de boas interpretações.

Não dá para culpar os "atores" de ROTA Comando porque eles não os são. Diálogos engessados, textos ruins e aparições do próprio Conte Lopes como Capitão deixam a impressão de que a trama poderia ter sido melhor engendrada não fosse a maneira um tanto caricata de pintar vilões e mocinhos na história.

Para piorar as coisas o filme dá um "tiro no pé" da própria ROTA, revelando total despreparo da polícia paulistana ao negociar com um bandido armado. Ele diz que vai se entregar e pede garantias. São quatro ou cinco "rotarianos" mortos ao botar a cara para o bandido e acreditar que ele vai se entregar. Numa delas, Vadão, foragido das favelas cariocas e estabelecido em São Paulo, põe o filho à frente com uma arma na mão e diz que é a dele e que ele vai se entregar. Quando o PM se aproxima ele dispara contra o policial e volta pro barraco novamente, comemorando. Eis que entra em cena Conte Lopes - o protagonista - e com um tiro certeiro acaba com a farra de Vadão.

Ao contrário da trama carioca, que contou com um protagonista de peso e alguns atores profissionais, nenhum ator de renome participou do filme. Vale ressaltar que Tropa de Elite custou 10,5 milhões de reais e ROTA Comando teve orçamento de 500 mil reais, segundo o site G1.

Nos extras, comentários do diretor Elias Júnior, de Conte Lopes e de Paulo Ricardo, que compôs ao lado de Andreas Kisser - ex-Sepultura - a trilha do filme e mais "tiro no pé". No depoimento de Lopes descobre-se que Elias Júnior e sua assessora o procurou no fim de 2007 com a ideia de fazer um documentário ou filme sobre a Rota e então, Lopes ofereceu seu livro como fonte. Esta informação contradiz o próprio diretor, que defende ter concebido o filme antes de Tropa de Elite, na mesma reportagem destacada no parágrafo anterior, porém, este foi lançado em 14 de outubro de 2007.

Se ficou curioso, boa sorte.

*Foto extraída so site Wikipédia - upload.wikimedia.org/