terça-feira, 16 de dezembro de 2008

O Brasil ainda tem jeito?

Hoje vou falar de um assunto que há alguns anos me sentia muito à vontade e com vontade de discutir, no entanto certos acontecimentos frustraram essa predisposição e consequentemente passei a priorizar e me importar com outros temas. Acredito que boa parte dos brasileiros também. De tanto apanharmos acabamos por “jogar a toalha”.


Nos idos de 88, 89, 90, tive uma professora de História que estimulou (ou tentou estimular) o lado político dos alunos da Escola Estadual Maria Juvenal, no Jd. Castro Alves, bairro em que morei boa parte de minha adolescência. Pois bem, na 8ª série, num colégio estadual da periferia de São Paulo, a revolucionária Iná Mércia Morton Ricardo (ela adotou esse sobrenome graças à dinastia Morton e ao Ricardo Coração de Leão) nos brindou com o Manifesto do Partido Comunista (Karl Marx e F. Engels) e com um livro de iniciação ao Socialismo, com as idéias do próprio Karl Marx. E ela dizia: “Estou preparando vocês para uma revolução”. Alguns poucos davam importância para as palavras dela, porque seu estilo de trabalho incomodava a maioria e a preocupação quase geral era decorar as respostas de seus questionários porque era quase impossível “colar” na prova dela. A solução, para muitos, era a boa e velha “decoreba”.


Enfim, a partir deste início, comecei a me interessar e acompanhar política com mais intensidade. Torci e comemorei como criança o impeachment de Collor, tirei título de eleitor aos 16 anos na esperança de querer fazer parte das mudanças, porém, hoje em dia não desperdiço meu voto mas ando muito descrente com a política nacional. Com raríssimas exceções, os políticos brasileiros parecem tomar como elogio a pecha de corruptos.


Experiências pessoais (frustradas ou não) à parte, o motivo deste texto é mencionar o índice de aprovação do governo Lula, divulgado pelo Ibope. Segundo a reportagem de Diego Abreu no site G1, o governo do ex-metalúrgico superou a maior aprovação de todos os tempos, 73%. O recorde pertencia ao governo Sarney, que em 86 obteve 72%. Vale ressaltar que o nordeste registrou 83% graças ao tão propalado bolsa-família. Posso voltar a acreditar na política nacional?