segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Sampa 18 graus


Daqui a pouco a minha amada Pauliceia (preferia com acento, mas vá lá...os desocupados da ABL mudaram, paciência), completará 457 anos.

Hoje achei que iniciaria a comemoração perto das 18h, pós-expediente, mas já passam das 23h30 e ainda estou trabalhando. Quer jeito mais peculiar de festejar o aniversário da cidade? Isso é São Paulo. Uma cidade que transpira sem parar.

Fernanda Abreu, certo dia, fez "Rio 40 Graus". Uma letra que, se falasse de São Paulo, não precisaria mudar uma vírgula. Ou melhor...só mudaríamos a temperatura da cidade pra casa dos 18, 19, e colocaríamos um garoazinha para temperar. Aqui quem ferve são as pessoas e suas buscas. "Capital do sangue quente do melhor e do pior do Brasil". Essa frase cai como uma luva no nosso cotidiano.


Favela Paraisópolis x Morumbi: espaço para todos

E tem beleza? Evidente que sim. Quem circula pelas ruas, praças e avenidas sabe o extrair o belo, a poesia advinda dos escombros de um prédio abandonado em meio ao caos. Quem mora aqui lida com trânsito, violência, alagamento... e dribla, como um Neymar inspirado, quantos obstáculos aparecerem pela frente. Num baile suave, paciente e calculado. E sabe ser solidário, respeitar o próximo, ceder a vez.

Gostaria de verbalizar todas as emoções que se descortinam na minha mente. Agruras, alegrias, lágrimas, risos...mas o dever me chama, clamando pela conclusão. Para que eu possa brindar os 457 anos de corpo e alma e recomeçar na quarta-feira, com a certeza de que a Pauliceia é meu lugar. Pra sempre.

Parabéns, minha jovem senhora!!! Te amo!!!

*Foto extraída do Blog da Dilma